Criminosos voltaram a cometer ataques no Ceará no 6º dia seguido de uma onda de violência que atinge o estado desde quarta-feira (2). Bandidos incendiaram uma ambulância em Reriutaba, uma loja de móveis em Fortaleza e atacaram uma rádio e a Câmara dos Vereadores da cidade de Icó, na madrugada desta segunda-feira (7).
Em todo o estado, ocorreram 125 ações criminosas nos últimos seis dias. A Força Nacional foi chamada para reforçar a segurança e começou a atuar nas ruas na noite de sábado (5).
Em resposta aos crimes, o governo do Ceará informou que transferiu um dos chefes de uma facção criminosa do Ceará para um presídio federal. Outros 19 detentos também devem ser levados para outras unidades prisionais nos próximos dias.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), 110 pessoas suspeitas de participação nos crimes foram detidas, e dois homens morreram em confronto com policiais. Pelo menos 60 prisões ocorreram após a chegada de tropas da Força Nacional ao Ceará.
O governo federal ofereceu 60 vagas em presídios federais para receber integrantes de facções criminosas que atuam no estado. Atualmente, algumas unidades prisionais do estado têm presos separados de acordo com os grupos criminosos que participam.
Motivação
A Secretaria da Segurança e Defesa Social do Ceará não se pronunciou oficialmente sobre o motivo dos ataques no estado.
A sequência de ações criminosas ocorreu após a fala do novo secretário da Administração Penitenciária, Mauro Albuquerque, que prometeu fiscalizar com mais rigor a entrada de celulares nos presídios, segundo o governo. Desde o início da onda de crimes, agentes penitenciários apreenderam 407 celulares em presídios de onde foram ordenados os crimes. Em uma das ações, os presos fizeram um motim.
O presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Ceará, Cláudio Justa, afirmou que os atentados são uma represália ao discurso de maior controle.
De acordo com uma fonte do Serviço de Inteligência da Secretaria da Segurança ouvida pelo G1, membros de duas facções rivais fizeram um “pacto de união”, com o objetivo de “concentrar as forças contra o Estado”. Em pixações em prédios públicos de Fortaleza, criminosos escreveram que “não vão parar até o secretário sair”. “Fora Mauro Albuquerque”, diz a mensagem.