A juíza da 1º Vara Criminal de São Paulo, Maria Fernanda Belli, aceitou denúncia e tornou réu Moacir Rossetti, ex-secretário estadual de Logística e Transporte do governo Geraldo Alckmin (PSDB), conforme mostrou o Em Ponto, nesta quinta-feira (7). Ele responderá pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Ele é acusado pelo Ministério Público de ter recebido R$ 289 mil da construtora Camargo Corrêa para abastecer campanhas do PSDB nas eleições municipais de 2012 no estado de São Paulo.
Rossetti também ocupou o cargo de secretário-adjunto de governo durante a gestão Márcio França (PSB).
A defesa de Rosseti, por meio de nota, negou as acusações.
“Não há crime de corrupção sem um ato próprio ao servidor público, e a denúncia não indica qual ato Moacir poderia praticar para favorecer a empresa dos delatores, em troca de propina. Os delatores disseram que a empresa queria participar da construção da ligação Santos-Guarujá, mas Moacir nunca foi responsável por licitações, e quando aquela ligação foi licitada, muito tempo depois, a Camargo Correa foi desclassificada pela Comissão de Licitação. Na verdade, um dos delatores ofereceu doação à campanha de um candidato a prefeito do PSDB, e Moacir pediu a um assessor que cuidasse dos detalhes daquela doação, que foi feita ao então candidato a prefeito de Osasco. Se crime houvesse, seria eleitoral, e Moacir não seria responsável por ele.”
Já o ex-governador Geraldo disse, por meio de sua assessoria, que “reitera seu apoio às investigações propostas pela Justiça em quaisquer instâncias, bem como a punição aos responsáveis pelas eventuais irregularidades comprovadas”.
O Diretório Estadual do PSDB afirmou, também em nota, “que nem o partido nem seus dirigentes são parte do processo em questão e que jamais pediu ou autorizou terceiros a pedir doação em seu nome. O PSDB ressalta ainda que apoia a investigação em curso e espera que a Justiça apure os fatos e que os culpados sejam exemplarmente punidos”.
Já a Construtora Camargo Corrêa alegou ter sido “a primeira empresa de seu setor a firmar um acordo de leniência e, desde então, vem colaborando continuamente com as autoridades.”
A reportagem não conseguiu contato com as defesas dos dois réus acusados juntamente com Moacir Rossetti.




